sexta-feira, 26 de junho de 2009

McDonalds - O Sabor da Minha Infância e Como Eu Abri Mão Disso.

Apesar de não ir ao McDonalds há muito tempo, tenho que confessar que ele me traz uma nostalgia muito forte. De um tempo onde as palavras "capitalismo" e "imperialismo" não tinham significado nenhum pra mim. Ah, meu jovens, vocês não viveram esse tempo. Lembro de ir ao Flamboyant (aquele shopping desse post aqui ó) com meus pais e com dois reais comíamos três casquinhas, uma pra mim, uma pro meu irmão e outra pro meu pai. Meu pai se dava melhor nessa história toda porque eu e meu irmão comíamos só o sorvete no meio da casquinha e dávamos a casquinha em si para ele comer. Lembro que comia tanto no McDonalds que tinha coleções inteiras das surpresas que vinha no McLanche Feliz. Eu tinha toda a série do McNuggets (dessista, jovem, não é da sua época) e todos os personagens do McDonalds (Birdy, Shake, Papaburger), menos o Ronald, porque ele me metia medo por dois motivos: 1 - Por ele ser um palhaço, e todos os palhaços me dão medo e 2 - Uma vez ele foi no meu colégio fazer uma apresentação e cara, quem acha que tem medo de palhaço nunca viu o Ronald McDonald de perto. De verdade. Ah, e como pude esquecer daquelas inesquecíveis festas de aniversário no McDonalds. Passávamos o ano inteiro tentando convencer nossos amigos a fazer seus aniversários no McDonalds, em vão, até que um dia, quando menos esperávamos, aparecia em nossas mãos um daqueles convites personalizados nos informando que sim, era real, realmente poderíamos comer no McDonalds à vontade e sem pagarmos nada. Doce ilusão a nossa, afinal alguém tinha que pagar por aquilo tudo. E o inevitável aconteceu, consegui convencer meus pais a fazerem uma festa de aniversário no McDonalds. Infelizmente, foi uma festa dividida entre eu e meu irmão (não por economia dos meus pais, mas por economia divina, nós nascemos no mesmo dia). Foi sensacional. Amigos, cheeseburgers, refrigerantes, teatro de fantoches, brincadeiras com os monitores, amigos da minha mãe, filhos de amigos da minha mãe (desconhecidos), foi tudo uma grande festa! Não pro meu pai, que pagou aquilo tudo. Até hoje ele reclama de um menino (amigo de meu irmão) que comeu 3 (eu disse TRÊS) Big Macs. E olha que a festa já tem uns 13 anos, e até hoje ele reclama daquele garoto glutão.
Interessante ver como o que eu comia foi mudando de acordo com o que eu fui crescendo. Quando eu era bem pequeno, eu comia um McLanche Feliz e me sentia o
Rei do Mundo, quando eu digievoluí para uma criança gorda surgiu duas coisas que não contribuíram em nada para que eu emagrecesse: O McDuplo e, pouco depois, uma promoção onde você comprava dois Cheeseburgers pelo preço de um McDuplo. Só que a medida que eu crescia, aqueles dois sanduíches não me satisfaziam mais. Nem um BigMac me satisfazia mais, foi quando eu parei de frequentar o McDonalds, não adiantava mais pagar tão caro e sair com fome. Acabei descobrindo outras alternativas como o X-Tudo (Sanduíche que pode ser encontrado a cada duas esquinas de Goiânia), os rodízios de pizza, os restaurantes que pagam por pessoa, etc.
Até que outra mudança drástica ocorreu em minha vida: a chegada do Burger King em Goiânia. Eu, longe dessa vida de Empresas de Fast Food Capitalistas, e de repente me aparece essa lanchonete com o melhor sanduíche do mundo, grande o suficiente para me encher e... com FREE REFIL! Cara, desde minha primeira experiência com refrigerante à vontade (Eddie's Burger, Belo Horizonte, MG, 2001) venho sonhando com esse restaurante, e lá estava ele, bem na minha frente. O hamburger era melhor, os molhos eram melhores, o pão era melhor e (PASMEM) até a batata era melhor, e tudo isso com refrigerante à vontade. O McDonalds não tinha mais lugar na minha vida. Mesmo sem aquele bom e velho sabor de infância, o Burger King oferecia refrigerante à vontade, então QUE SE EXPLODA A NOSTALGIA, EU QUERO REFRIGERANTE.
Apesar da tentativa do McDonalds de me reaver como cliente (com o lançamento dos sanduíches Big Tasty e McNífico), o esforço foi muito fraco comparado com o do concorrente deles.
E assim, eu abri mão de anos de diversão e comilança por causa de uma simples idéia de refrigerante à vontade. Não sei se a idéia do Burger King é realmente irrecusável ou se eu que me vendo muito facilmente.

terça-feira, 23 de junho de 2009

XI FICA (Festival Internacional de Cinema Ambiental)

Isso aí, como já foi revelado pelos meus companheiros de blog, fui escolhido o correspondente pra fazer a cobertura do FICA. Mentira. Na real eu já ia e me obrigaram cobrir o evento. E não me arrependo não. Me obriguei a ter um olhar crítico em relação a tudo, e isso me rendeu boas conclusões (iremos chegar a elas ao decorrer do texto). Bem, como já notei no post passado, muitas pessoas não sabem do que se trata o festival, então vamos lá. O FICA é um evento de cunho cultural que propõe a mesclagem entre o cinema e o meio ambiente, ou seja, os 350 filmes inscritos com 13 nacionalidades diferentes são de temática ambiental. O festival acontece na Cidade de Goiás (que, na real, eu e o mundo inteiro só conhece por Goiás Velho), patrimônio histórico e cultural da humanidade pela Unesco, que tem cerca de 27 mil habitantes mercenários que simplesmente SOMEM da cidade pra alugar suas casas pros vários cineastas, organizadores, jornalistas e cinéfilos de várias cidades do Brasil e de vários países, por um preço absurdo. A cidade lota, e tudo tem seu preço triplicado. Tem uma arquitetura linda, antiga, parece um monte de casinhas de brinquedo juntas, todas iluminadas com postes de luz amarela o que dá um charme especial pra cidade. Os poucos moradores que ainda permanecem na cidadezinha tem em média 158 anos de idade, e até hoje sofrem com a perda da grande brother deles: Cora Coralina. Sim, brother mesmo. Os amigos de infância, o primeiro namorado, a curandeira, a benzedeira, professora do jardim I, o homem do picolé, o motorista do carro do leite, todos ainda moram lá. Ainda no quesito 'cidade' devo falar que algo me surpreendeu: a cidade comporta vários cachorros, mas ela continua silenciosa. Todos muito cabisbaixos, quietos, não latem, não correm, mal ficam em pé. Daí tudo clareou na minha cabeça! Os cachorros TAMBÉM eram brothers da Cora Coralina, todos com cerca de 145 anos, as cordas vocais e os ossos desgastados já não ajudam mais. Pode falar, tudo faz sentido agora... (não?)
Saindo um pouco da descrição da pacata cidade, o evento é conhecido como uma fuga dos universitários de todos os estados pras mais diversas porraloquices existentes. Vai dizer que você achava que alguém ia pro FICA pra ver mostra de cinema ecológico? tsc tsc, acho bonito a ingenuidade das pessoas! Capaz que eles iriam! Eles mal sabem que FICA vem de Festival Internacional de Cinema e vídeo Ambiental. Pra eles poderia ser algo tipo Festas Interuniversitárias com Cerveja e Ácido que daria no mesmo. Todo mundo vai é pra curtir os shows, a bebida barata, os amigos, e a oportunidade de sair da sua cidade pra fazer tudo o que você sempre quis fazer e não teve coragem. Mas como tudo tem suas excessões, o festival oferece várias palestras pela manhã e à tarde sobre os mais variados assuntos, além de mostras de cinema às vezes ininterruptas. Muito bom pra quem quer se ver livre da bagunça da cidade por algumas horas ou até mesmo aqueles que apenas querem se livrar do Sol tórrido que faz durante dia e curtir um ar-condicionado dentro do cinema. Ainda pra esses sistemáticos, a cidade oferece uns bares isolados com música ao vivo com uma galera mais selecionada, com menos gente e maior organização.
A programação do final-de-semana era simples: beber à tarde, beber à noite, beber de madrugada, e dormir pela manhã. Por incrível que pareça, a cidade não tem somente hippies não! Muita gente bonita enchia o Coreto (uma das praças bastante movimentadas da Cidade de Goiás) pra formar uma roda de samba, batuque, ou até pra conversar na porta do bar pra beber um leite. À noite, todos iam pra praça principal onde se realizavam os shows, e quando acabava, todos seguiam pra alguma das festas ali na redondeza pra continuar a farra. Essa 11ª edição do festival contou com a presença do som ambiente do Martinho da Vila e das músicas da nossa verdadeira mulher-samambaia, Vanessa da Mata. Martinho da Vila malandrão pegador, com seus grandes sucessos como "Já tive mulheres, de todas as cores, de várias idades..." e seu outro grande hit... hm.., e a musa Vanessa da Mata, que trouxe a mata em cima do seu cabelo pra fazer seu show. Na minha humilde opinião, a Cláudia Vieira, que abriu o show do Martinho, fez o melhor show do festival inteiro. É válido ressaltar que a nossa pteridófita errou a letra da música "Quando um homem tem uma mangueira no quintal" e eu tive overdose de vergonha alheia, mas tirando isso, nada fora do normal.
Assim como foi falado também no post anterior, eu tinha em mente fazer uma reportagem do evento, mas não consegui a credencial pro backstage, mesmo porque eu sou muito verde no jornalismo ainda. Afinal eu (e você, adorável leitor!) nos tornamos jornalistas há... uma semana, né? Então, não poderíamos esperar muita coisa. Risos. *NOT SOUND* Fui tentar conseguir acesso ao palco, e quando fui falar com o chefão da imprensa dei uma adorável gafe:

Pedro: Então, tava querendo uma credencial...blablabla... pra fazer a cobertura do evento...blablabla... teria como?
Chefão: Ahm... o evento... já acabou, senhor. Hoje é só o show.

Momento fail. Nem sei mentir direito, eu sei. Pra terminar com chave de ouro, fiz confusão com duas palavras completamente distintas no ramo jornalístico:

Pedro: Não deu pra eu fazer o requerimento da credencial hoje porque eu cheguei pela manhã e fui fazer a cobertura do evento... blablabla... queria a credencial pra poder participar da cobertura do Martinho e da Vanessa...
Chefão: Então... a CO-LE-TI-VA (dito exatamente de forma silábica como se eu não entendesse que ele queria cuspir na minha cara) foi hoje pela manhã. Por que o senhor não foi?

Eu tinha todos os motivos do mundo pra enfiar minha cara no chão de vergonha e o cara rir até vomitar em mim, mas eu não sabia qual, das mil razões, escolher. Essa é a hora que você diz "QUE BURRO", mas não! Todos nós ainda somos calouros no jornalismo, cada dia é um dia, aprendendo e se fodendo, né? Mas eu acho chato, tudo putinho com a decisão do STF até hoje daí fica amarrando credencial. Tsc tsc. Brincadeira gente, inclusive quero mandar um grande abraço de consolo pros nossos leitores e agora, colegas de diploma jornalistas de todo o Brasil! Tamos nessa com vocês!
Saindo um pouco das brincadeirinhas usuais, devo falar que o evento me surpreendeu bastante, positivamente. O festival não é só uma desculpa pra fazer zona, se embebedar, "vou apertar, mas não vou acender agora", e etc, pelo contrário, a produção se mostrou bastante competente com a estrutura dos shows, com a pontualidade das mesas redondas e das palestras, com a diversificação da escolha dos longas, com o policiamento e com a equipe de bombeiros espalhados por toda parte. Não vi brigas, roubos, desordem, nada. Olhando pro lado, no máximo você via umas garrafas de vodka por toda parte, um casal de lésbicas se pegando, um grupo de gays dançando, uma roda de fumaça ao som de reggae, um ou outro caido na grama, mas acima de tudo, muitos amigos querendo se divertir a todo custo.

sábado, 20 de junho de 2009

Hoje Tem Post do Pedro! Mas... cadê o Pedro?



O Pedro viajou para a Cidade de Goiás para o Festival Internacional de Cinema Ambiental e prometeu voltar com mil vídeos. Espero que ele volte mesmo, malandro, viaja e me deixa aqui trabalhando...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Festa Junina, meu pôv!

Quem é goiano sabe. Vá lá... Mineiro também. E o pessoal do nordeste em peso (um abraço pra tooodos nossos queridos leitores cangaceiros)... Enfim, essa galerinha esperta sabe que junho é o mês do milho. Tem milho pra tudo quanto é lado. Tudo por conta das tradicionalescas Festas Juninas. Sério, não entendo como isso é tradição. O que pular ponte, fazer cavalinho ou brincar de roda gigante onde homens e mulheres enroscam seus braços numa grande roda ao som de músicas folclóricas sob bandeirolas multicoloridas tem a ver com São João, Santo Antônio e o pessoal do "Em Nome Do Amor" do céu?
Uma coisa é a questão religiosa, aquilo de Querrrrmesse, que toda cidade do interior tem. Nas Querrrrmesse as famílias conservadoras todas se divertem em paz, crianças brincam felizes, se lambuzam com guloseimas e vão ao dentista dois meses depois repletas de dentes em suas cáries.
[sonoplastia, por favor]
Mas a festa é boa até aí. Meu. Que graça tem em sair de casa no frio do inverno goiano (no meu caso), que é um frio seco que despela até sua alma, pra comer bolo de fubá, milho cozido, pamonha, curau, canjica, pipoca, paçoca e pé-de-moleque? Quem as pessoas tentam enganar tomando quentão? Todos sabem que o frio do inverno goiano (que é um frio seco que despela até sua alma) não passa dos 10° e o quentão só entra aqui porque a galera quer Europetizar [/palavra nova via Reforma Ortográfica, NÃO] uma festa caipira?
Não sei, mas na minha infância eu era obrigado a me juntar com meus parentes e meus adorados primos na fazenda de algum desconhecido para ficar 7 horas rezando ao redor de uma grande árvore com "brindes" pendurados em seus galhos envolta em uma fogueira até que o fogo a derrubasse e a primaiada catarrenta avançasse para pegar bombons Fofão e se achar os fodões por isso. Eu era obrigado a buscar curau praquela tia gorda que se sentava numa cadeira dobrável de bar e não conseguia se levantar. Eu era obrigado a me fingir de criança legal enquanto o que eu preferiria era ficar em casa assistindo tevê a ter que fingir que gostava de brincar de pique-esconde à noite no meio do mato.
Mas isso não é nada comparado à infância no colégio. Todo ano a mamãe caprichava na beca invocada pro filhão atender às expectativas da prenda mirim que dançaria quadrilha na escola com ele. Uhul... Eu adoraaaava isso, sério mesmo. Mas eu gostava porque era a única época do ano que eu tinha barba. Rârs!
[sonoplastia de novo, por favor]
Eu achava o máximo tirar fotos com minha parceira ao lado de algum coqueiro ou fogueira feita com papel laminado e lâmpadas. Eu me sentia um grande homem por usar chapéu de palha, calça costurada, cinto com fivela, camisa xadrez, lenço, canivete e palha no bolso. Eu tinha aquilo como idealização de virilidade masculina. Pff...
Mas aí a gente cresce e vê que quadrilha é aquilo que pessoas más fazem para roubar dinheiro do banco. E se sente enganado por ter passado anos acreditando que usar chapéu de palha, calça costurada, cinto com fivela, camisa xadrez, lenço, canivete e palha no bolso era "A" idealização de virilidade masculina.

Despedida em grande estilo.
Foi aí que eu tive a grande ideia da minha vida mundana enquanto aluno que se despedia da escola no seu glorioso terceiro ano do ensino médio. No meu colégio a quadrilha era obrigada até a antiga 5ª série (hoje, 6º ano do fundamental. Meu Deus, como estou ficando velho...) e depois disso dançava quem quisesse. Desculpe o charme, mas eu sempre era chamado pra dançar. E sempre recusava. Porque eu não ia achar a mulher da minha vida dançando quadrilha e com dente pintado de preto. Mas chegou o ensino médio. Veio o 1º ano, depois o 2º... No terceiro decidi chutar o pau da barraca do beijo! "Vou me despedir da escola dançando quadrilha!!!!'11!Um." Foi isso que fiz. Aula de manhã, estudos à tarde e ensaios pra quadrilha à noite. E aquilo era tão bom!!! Talvez porque eu não via mais a quadrilha com meus olhos de criança, que achava que usar chapéu de palha, calça costurada, cinto com fivela, camisa xadrez, lenço, canivete e palha no bolso era "A" idealização de virilidade masculina... Agora era tudo pelo simples fato de despedida dos colegas, que eu vi crescer enquanto se fantasiavam de caipiras a cada mês de junho [chora de saudade].
E foi legal, olha só eu com a minha parceira final aqui e eu com a galiera animada aqui. Depois da noite na "roça" todo mundo se juntou e foi curtir a noite na casa da minha parceira de dança [cof, cof]. Muita gente bonita, fantasiada e de bem com a vida no maior estilo Malhação. Me despedi da cultura de uma forma simpática e indolor. E deixei para trás meus preconceitos em relação a tudo isso.
Mas não me peça pra dançar quandrilha de novo, por favor, porque aí já é pedir demais.

E você? Dançava ou ainda dança quadrilha? Tem algo curioso para contar sobre essa sublime manifestação folclórica? Clique aqui e responda direto nos comentários!

sábado, 13 de junho de 2009

ESPECIAL: Equipe Risos. passa trote em fã de Pedro e Hudson.

Pedro, nosso nobre colega polêmico escritor é famoso pelos seus vídeos com o comparsa parceiro Hudson. Ambos conquistaram várias fãs por todo esse nosso país de proporções continentais. Num belo dia uma delas decidiu tentar contato com Pedro, deixando um telefone de contato no Orkut dele. E nós do Risos. não poderíamos deixar isso passar em branco.

Com vocês, Trote Risos.!



AGRADECIMENTOS:
Nadyne, por deixar a gente divulgar essa obra prima do humor.
Vanessa Vetritti, por ajudar nas gravações.
Viva-voz, que permitiu uma quase perfeita convergência de meios de comunicação.

CURIOSIDADES:
Toscano deixou um dos telefones usados durante a gravação ligado depois do trote e enquanto a equipe ria de tudo, surge Nadyne ao telefone novamente: "Gente, eu tou aqui!"
Por pouco esse vídeo não vai ao ar, já que Pedro tinha apagado os arquivos da câmera de Toscano depois de passá-los para o pen drive do Gabriel, que resolveu não colaborar (ele, o pen drive) e apagou também os arquivos antes que tudo fosse editado.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Dia dos Namorados

O Dia dos Namorados é uma data de martírios e sofrimentos. Diferente do que é passado pela mídia, o que vemos são pessoas desesperadas para dar um presente decente para seus namorados ou, pior ainda, desesperadas por passarem essa data sozinhos. No fim, são poucos os casais felizes e satisfeitos com seus respectivos presentes e companheiros, e são muitos os solitários que passam o Dia dos Namorados postando em seus Twitters quão frustrados eles são ou bebendo com amigos que também não possuem namoradas.
Tudo começou com um tal Bispo Valentim que tava revoltado com o Imperador que tinha proibido os casamentos no reino e foi dar uma de malandro realizando casamentos. O Imperador descobriu e mandou prender o padre folgado. Quando ele tava na cadeia, ele recebia flores e cartinhas do pessoal do reino dizendo que eles ainda acreditavam no amor. Entres as pessoas que mandavam cartinhas, tinha uma ceguinha que o bispo se apaixonou (o clero era malandro desde aquela época), e o bispo respondia de volta. Nisso a ceguinha voltou a enxergar e eles viveram felizes para sempre mas o padre foi decapitado, então nem se pegaram não. O negócio é que o Valentim foi decapitado no dia 14 de fevereiro de 270. Muito tempo depois, o Valentim foi considerado santo por ter curado a menina e começaram a comemorar o dia 14 de fevereiro como um dia de São Valentim, onde as pessoas trocavam presentes e cartinhas de amor entre os enamorados.
Só que brasileiro é todo zoado, né? Em vez de comemorar a data no dia certo, eles inventaram que tinha que ser dia 12 de junho, porque é um dia antes do dia 13. Tá, não é só por causa disso, o dia 13 é o dia de Santo Antônio, santo casamenteiro e bláblábláWHISKASSACHEblábláblá. Só pra fuder com nossa vida, porque se tivesse sido em fevereiro, isso tudo já teria passado e agora nossa única preocupação seria as festas juninas e as férias.
O problema maior da pessoa sem namorado, é a mídia jogando na cara todos aqueles casaizinhos felizes se presenteando, se amando, correndo pelo parque, jantando juntos, enquanto você... você tem que estudar pra prova de segunda feira, limpar seu quarto, ver aquele filme que estreiou há duas semanas no cinema, dormir, passar a tpm, chegar no level 60 do seu avatar do World of Warcraft e ainda tem que se preocupar em arrumar companhia pra passar o dia dos namorados? Quem foi que estabeleceu que o Dia dos Namorados teria relevância para quem não tem namorado, né? Seria como comemorar o Natal sem presentes ou o Carnaval sem mulheres semi-nuas ou a Páscoa sem ovos de chocolate. Se você não tem namorado, tem é que tratar o dia dos namorados como um dia qualquer! No Dia do Índio eu não comemorei nada, sabe por quê? Porque eu não conheço nenhum índio. E o mesmo deve ser aplicado ao Dia dos Namorados, se você não tem namorado, você simplesmente transforma esse "Dia" em um "dia". Não tem que ficar sofrendo ou procurando companhia, você só tem que ir pra escola, sair com os amigos, curtir sua tpm e evoluir seu avatar do World of Warcraft pro level 60! Ficar sofrendo porque não tem namorado é coisa de perdedor. Quem é maneiro e não tem namorado simplesmente ignora o dia dos namorados. Ficadica.
Agora vamos para o outro lado da história: você que tem namorado(a). É fato, você não sabe o que dar de presente, nem pra onde levar sua namorada. A verba é bem menor do que você gostaria, e não, você não pode dar outro box de DVD em promoção da Submarino. Ursinhos de Pelúcia são fofos e lindos, mas (principalmente pra meninas) eles não servem pra muito coisa além de serem uma Mansão no Alphaville Ácaros. Presente de namorado (não necessariamente de Dia dos Namorados) tem um peso muito grande, porque ele precisa possuir 3 características:
- Corresponder com a personalidade da pessoa presenteada,
- Ter uma utilidade e
- Ser algo que só você poderia ter dado.
E encontrar algo que se encaixe nesses padrões e que seja financiado pela verba disponível é praticamente impossível. Assim cortamos a verba do jantar, faça uma comida em casa mesmo. Ah, outra coisa, as "sugestões" de presentes que as pessoas dão raramente se encaixam nesses três quesitos, então descarte. Eu sei, é difícil, mas se você conseguir achar o presente que se encaixe, será o melhor presente do mundo. E sempre que o presente se encaixar nessas três categorias, você dará o melhor presente do mundo.
Assim transformamos um dia de sofrimentos em um dia feliz.Os enamorados se dando o melhor presente do mundo e os não enamorados saindo pra beber como em uma sexta feira normal, simplesmente ignorando a data, assim como ignoramos o Dia da Árvore ou o Dia D contra a Dengue. Para os que me leram até aqui, um feliz dia dos namorados pra mim, pra minha namorada e pra quem tiver namorando. Para quem não tiver, bebam com seus amigos em uma sexta feira do ano.

domingo, 7 de junho de 2009

Ilustres desconhecidos

Uma mix de Big Brother com Casa dos Artistas, "A Fazenda" estreiou no último dia 31 pra suprir a necessidade do ser humano de ser psicólogo/analista/palpiteiro/fofoqueiro/fútil e afins. O "novo" reality show tem previsão de 11 semanas, e no final de tudo descobriremos o "fazendeiro" de maior garra e desenvoltura rural, isso sem esquecer que pra vencer, além dos quesitos já citados, ele tem que ser ou gay; ou bonzinho; ou apaixonado; ou caipira; ou goiano; ou idoso; ou seja, alguém que tenha um coração grande, e que saiba manipular conquistar todos os brasileiros acima de tudo. A fazenda, localizada na região de Itu - SP, possui 150 mil m², muita galinha, vaca, cavalo, gente chata, arrogante, prepotente, indiferente, comum, sem conteúdo, etc, além de uma piscina grande e uma academia nunca utilizada. Quaisquer semelhanças não são meras coincidências. É realmente uma cópia barata dos reality shows que já conhecemos, em especial o Big Brother. É sério, é tudo mesma coisa. Sinônimos! Paredão é "Tá na roça". O líder é o "fazendeiro". E as provas são os "Desafios semanais". Também são 14 participantes, todos disputando pelo prêmio de 1 milhão de reais. Sensacional, não?! Todo o marketing feito em cima do programa batia na tecla dos participantes. "É um reality show de sucesso no planeta inteiro!", "Você vai chocar a mente quando descobrir as estrelas convidadas pro programa!", "Você reconhece o famoso? Mal pode esperar pra vê-lo em "A Fazenda!". O fato é que a Record quase teve que mudar os planos de estréia do programa porque ninguém tava querendo participar do tal projeto rural. Mas também, né? Record. Não precisaria falar mais nada. Quem confiaria em um reality show produzido por uma emissora dessa, numa fazenda no meio do nada (nada contra os moradores de fazendas no meio do nada, um abraço aos grandes - literalmente - leitores de Itu!), com pessoas egocêntricas que se julgam celebridades? Porque eu não iria pra um lugar em que o Dado Dolabela tivesse, sinceramente. Mentira! Se a Luana Piovanni fosse pra fazenda também, eu iria assistir só pra ver ela apanhando, porque né, o Dado só não é tão medíocre porque até ele já teve vontade de dar uns tapas nela. E cara, ver qualquer um dos dois levando alguma surra não teria preço! Mas infelizmente não é o caso, pelo contrário, mesmo com todo o marketing do projeto dizendo que 'grandes celebridades estariam sendo submetidos ao meio rural' a última coisa que eles poderiam ter dito era "celebridade", porque definitivamente ninguém ali é uma. Comecemos a apresentação das "grandes estrelas" do programa "A Fazenda" da Record:

1°) Babi Xavier - Record teve que apelar pros ex-atores da novela fim-de-carreira "Os Mutantes". Só assim pra conseguir participantes que topariam. Ela não deu certo como atriz, nem como apresentadora de tv, nem como modelo, muito menos como cantora. A última alternativa era "A Fazenda".
2°) Bárbara Koboldt - Fugiu de casa aos 14 anos e foi mãe pela primeira vez aos 16 anos. Não é confiável.
3°) Mulher-Samambaia - Pra um programa ruim, sempre é viável apelar pro físico, né, e a planta faz o serviço bem-feito.
4°) Dani Carlos - A única que pode ser considerada semi-celebridade, só entrou no programa porque já estava cansada de não conseguir sucesso em sua carreira musical.
5°) Franciely Freduzeski - Atriz de "Donas de Casa Desesperadas". Agora dá pra entender a razão que ela foi parar no reality.
6°) Mirella Santos - Ela tem 6 dedos no pé. Isso bastaria. Mas uma pessoa, seja ela quem for, que namora o Latino, definitivamente não é confiável.
7°) Dado Dolabela - Medíocre. Ponto.
8°) Mendigo - "Humorista". Agora pensa no nível humorístico que o cara tem pra parar na "A Fazenda".
9°) Fábio Arruda - Quem?
10°) Miro Moreira - ...
11°) Pedro Leonardo - Se o intuito do programa é fazer com que eles sofram por estarem no meio rural, com esse participante não há esse problema. Ele já se encontra em seu habitat natural.
12°) Theo Becker - Quem já foi paquito da Xuxa e trabalhou na novela "Os mutantes" é confiante?
13°) Jonathan Haagensen - Como o cara que protagonizou o longa que ganhou como melhor filme do século XXI, "Cidade de Deus", segundo a revista Money, tem coragem de descer o nível pra atuar em "Os Mutantes"? Tinha que parar ordenhando vaca mesmo.
14°) Luciele di Camargo - Como precisava de mais uma participante, a produção procurou e chamou a irmã desempregada do Zezé de Camargo & Luciano.

Não poderia esquecer do apresentador, né. Britto Jr, ex-apresentador do ex-programa de televisão "O Jogador", foi o escolhido para estar comandando o programa até seu término. Não tem palavra mais certeira pra denominá-lo do que 'sem-graça'. Provoca um suspense barato, tipo daquelas simulações de donas-de-casa que foram espancadas pelo marido no programa da Márcia Goldschmidt, sabe? Outro ponto negativo do programa, e leia-se bastante negativo, é a captação de audio e vídeo. Putaqueopariu, parece que um monte de criança foi brincar de ser cineasta e tá gravando tudo aquilo ali. Não tem dinamicidade alguma. As câmeras não tem a versatibilidade que nós estamos acostumados a ver nos Big Brothers da vida. A iluminação é amadora. As conversas tem eco e ruídos. Dá vergonha de assistir aquilo, mesmo que só pra analisar e fazer uma crítica qualquer em algum blog. Ah, outra coisa: a época em que o programa será emitido tem ser bem pensado. Programas de tv, principalmente ao vivo, tem que pensar em todos os tipos de atrativos pros telespectadores. Pensemos nos atrativos físicos: Como haverão mulheres e homens, na beira da píscina, de biquini, sunguinha, em pleno inverno paulista? Saibam, inverno e outono não é época pra isso. Tirando esses pequenos detalhes, acredito que "A Fazenda" seja um bom programa pra se rir, ou até pra criticar... e rir. A Record apostou nessa imitação pra ir pro topo de audiência, mas mal sabem eles que criaram a receita mais rápida pra jogar 34 milhões de reais no lixo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ao iPod desprezível.

Que Tyra Banks te despreza eu já sabia. Agora se você, caro leitor, é daqueles que ouve músicas nos seu player portátil e canta junto, sozinho, em locais públicos, como se estivesse em um show e como se não houvesse amanhã... Daí serei obrigado a te desprezar também.
Não tenho player portátil, odeio quem tem. BRINKS! Não odeio não. Mas não tenho o meu.
[momento consumista] Quero muito esse iPod aqui porque essa cor é muito fera. Nem comentarei a minha paixão pela música que aparece na tela dele, tá? [/momento consumista]
[momento pobre] mas ainda não trabalho e pedir 600 reais pro meu pai por conta de um "tocador de música" é o mesmo que cortar os pulsos com uma Faca Ginsu.[/momento pobre]
Voltando à pauta inicial, quero consternar meu desprezo egoísta e pessoal acerca de gente sem noção dentro do meio de transporte público de massa da capital de Goiás. Lorotas à parte, me irritei hoje ao voltar da faculdade por conta de uma menina que estava atrás de mim. Nem vou criticar o abuso de perfume da garota. Senti tonturas por meia hora, tamanha era a falta de bom senso com o uso da essência que acredito eu, foi criada para ser algo que cheirasse bem. Enfim. Isso não foi nada perto do momento Susan Boyle protagonizado por ela. Simplesmente a garota, com seu fone acoplado aos seus delicados ouvidos, começou a cantar freneticamente:
"...uma louca vontade de amar vocêêêÊÊêÊ~^e...
Sieu pedir cê volta prumeu cora-ção
pelo amorde Deus não mediga não
vem que tá na hora tá aberta a porta [pausa] pra você entra-aaar!!!!!onieuhull!!11"
Sério, na minha cabeça fértil eu via a hora que aquela menina ia levantar no ônibus e conclamar todo mundo a jogar os braçinhos pra cima e cantar também.
Sei que eu sou uma pessoa chata, mas certas coisas têm que ter limites. Esse é um caso. Talvez pela criação que eu tive, Christina, eu sempre respeitei muito as outras pessoas. Algo naquela linha do "não faço com você o que eu não gostaria que fizessem comigo". Para vocês terem um exemplo, quando ando de ônibus imagino linhas ao redor de mim e de outras pessoas, como se fossem áreas de Estado, invioláveis. E eu tomo o maior cuidado para não avançar na área dos outros e/ou ter a minha área invadida. Oi, eu tenho TOC? Esse é o ponto em que eu queria chegar. Não gosto nem de espirrar em ônibus porque tenho medo de atrapalhar a pessoa do lado! Ahaha!

Pablo, qual é a música??
Não é a primeira vez que encontro pessoas em momentos de pura felicidade musical, êxtase mesmo, dentro dos ônibus. Seis e meia da manhã. Eu poderia estar dormindo. Mas não... Tenho que estar sentado atrás de dois jovens que resolvem ouvir Hip Hop no celular. E eles são tão legais que botam a música no volume alto para que todos possam ir para seu trabalho com um pouquinho daquele momento sublime de felicidade deles. Ah, como eles são preocupados com meu bem-estar...
Outro dia voltava de um cansativo dia de trabalho - ok que não tinha sido um dia cansativo e o trabalho na verdade é um estágio - quando percebo o companheiro de busão cantarolando Lily Allen. Né?! Fuck You!!

PORRA! SE O CARALHO DO SEU iPOD, ZUNE OU SIMILAR TEM FONE DE OUVIDO, PÕE ESSA MERDA SÓ NO SEU OUVIDO E ESCUTA NO SEU CANTINHO, DE PREFERÊNCIA SE RECOLHENDO À SUA INSIGNIFICÂNCIA DE SER IMBECIL QUE GOSTA DE COMPARTILHAR MÚSICAS COM ESTRANHOS COMO QUEM COMPARTILHA COM O ESTRANHO DO LADO A FINEZA DE SENTIR UM FRIO DE 10º EM GOIÂNIA.

Pronto, passou. E antes que me bombardeiem com críticas dizendo que eu sou um ser individualista, digo que em parte isso é sim verdade. Mas compartilho muito aquilo que um dia eu aprendi por aí: respeito. Eu não tenho a mínima vontade de saber que você tem um iPod, que seu Nokia é um XpressMusic ou que sua banda preferida é Fresno. Eu só queria não precisar desabafar para um computador as agruras do meu cotidiano.
Posso me desabafar com você?

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